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2012 - Livro Vermelho 2013

Couepia schottii Fritsch EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 14-08-2012

Criterio: B2ab(i,ii,iii)

Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Couepia schottii é uma espécie arbórea intolerante ao sombreamento. Ocorre em vegetação de Restinga, desde o Estado da Bahia até o Rio de Janeiro. A Restinga é uma fitofisionomia bastante frágil. Raramente há arbóreas de grande porte como C. schottii. A vulnerabilidade da Restinga é aumentada pela intensa atividade agrícola e especulação imobiliária na costa brasileira, o que vêm reduzindo os remanescentes florestais a pequenos fragmentos. Parte dos registros botânicos está em área protegida (SNUC), mas o restante é ameaçado pela perda da qualidade do hábitat. O somatório dos registros perfazem AOO de 76 km².

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Couepia schottii Fritsch;

Família: Chrysobalanaceae

Sinônimos:

  • > Chrysobalanus macrophyllus ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Nome Vernáculo: Oiti boi e milho torrado da folha larga (Sothers, 2012).

Distribuição

A espécie ocorre nos Estados Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Sothers, 2012).

Ecologia

Os registros botânicos indicam que a espécie é uma árvore de grande porte, heliófila, apresenta floração de novembro a março e frutificação de novembro a dezembro (CNCFlora, 2012). No entanto, a floração é de agosto a novembro (Prance, 1972; Prance; Sothers, 2003).A espécie ocorre na restinga da região costeira, entre o Rio de Janeiro e a Bahia (Prance, 1989)No Rio de Janeiro a espécie apresentou 25 m de altura (Prance; Sothers, 2003).Em estudo no Espírito Santo a espécie ocorre em estrato intermediário da restinga, apresentando as seguintes características: DAP = 17 cm; altura = 18 m; altura do fuste = 13 m; e diâmetro da copa = 5 m (Peixoto et al., 1995).

Ameaças

1.4.2 Human settlement
Severidade high
Detalhes O maior problema para as restingas do litoral norte do Estado do Bahia é ocasionado pela especulação imobiliária, decorrente principalmente da sua localização próxima ao litoral, onde a ocupação humana é maior (Queiroz 2007).

10 Human disturbance
Severidade high
Detalhes Na restinga de Cabo Frio, que se estende do sul do canal de Itajuru, em Cabo Frio, até a praia do Pontal, em Arraial do Cabo, estão diversas lagoas que sustentam a vegetação, pelo aporte de água no nível freático. A principal ameaça a estas lagoas é a perda de área devido à drenagem e aos aterros dos loteamentos, bem como o lançamento de lixo (Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias da Região dos Lagos, do Rio São João e Zona Costeira, 2012). Nos últimos quarenta anos o crescimento urbano vem reduzindo e fragmentando a cobertura vegetal natural do Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio (Dantas et al., 2009)

1.1.3.2 Large-scale
Severidade high
Detalhes Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000 ha de cobertura florestal (Paciência; Prado, 2005), 40.000 ha em estágio inicial de regeneração e 200.000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau (Theobroma cacao L.), seringa (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), piaçava (Attalea funifera Mart.) e dendê (Elaeis guianeensis Jacq.) (Alger; Caldas, 1996). Especificamente em Una, 27% da cobertura florestal é ocupada por pasto, 15% de floresta em estágio inicial de regeneração, 6% de plantação de cacau e 2% de plantação de seringa (Pardini, 2004). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciência; Prado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" segundo a Listavermelha IUCN (Varty, 1998).

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: "Deficiência de Dados" segundo a Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual da Serra do Conduru, BA, Reserva Floresta da Companhia da Vale do Rio Doce, ES, Parque Ecológico Municipal do Mico Leão Dourado e Reserva de Jacarepiá, RJ (CNCFlora, 2011)

Referências

- PARDINI, R. Effects of forest fragmentation on small mammals in an Atlantic Forest landscape. Biodiv. Conserv., n. 13, p. 2567-2586, 2004.

- QUEIROZ, E. P. Levantamento florístico e georreferenciamento das espécies com potencial econômico e ecológico em restinga de Mata de São João, Bahia, Brasil, Biotemas, v.20, p.41-47, 2007.

- DANTAS, H. G. R.; LIMA, H. C.; BOHRER, C. B. A. Mapeamento da vegetação e paisagem do município de Armação dos Búzios, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, v. 60, n. 1, p. 25-28, 2009.

- PACIÊNCIA, M. L. B.; PRADO, J. Effects of forest fragmentation on pteridophyte diversity in a tropical rain forest in Brazil, Plant Ecology, v.180, p.87-104, 2005.

- ALGER, K.; CALDAS, M. Cacau na Bahia: Decadência e ameaça a Mata Atlântica. Ciência Hoje, v. 20, n. 117, p. 28-35, 1996.

- PEIXOTO, A. L.; ROSA, M. M. T.; JOELS, L. C. M. Diagrama de perfil e de cobertura de um trecho da floresta de tabuleiro na reserva florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Acta Botânica Brasilica, v. 9, n. 2, p. 177-193, 1995.

- PRANCE, G. T.; SOTHERS, C. A. Chrysobalanaceae 2: Acioa to Magnistipula, Species Plantarum. 2003. 1-268 p.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- SOTHERS, C. Caryocaraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/index?mode=sv&group=Root_.Angiospermas_&family=Root_.Angiospermas_.Chrysobalanaceae_&genus=&species=&author=&common=&occurs=1&region=&state=&phyto=&endemic=&origin=&vegetation=&last_level=subspecies&listopt=1>.

- GUIMARÃES, E. F.; MEDEIROS, E. S. Chrysobalanaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- VARTY, N. Couepia schotti in IUCN Red List of Threatened Species. Version 2012.2, IUCN. IUCN. Disponivel em: <http://www.iucnredlist.org/details/33975/0>. Acesso em: 30 Jan. 2013.

Como citar

CNCFlora. Couepia schottii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Couepia schottii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 14/08/2012 - 19:57:37